Os estudos de redes sociais vêm sendo utilizados para propósitos de
gestão organizacional. Uma das linhas de pesquisa na gestão do
conhecimento baseada em redes sociais é a do capital social. Essa teoria
mostra que a cooperação entre os indivíduos é peça-chave para a
inovação, pois o uso de recursos, reais ou potenciais, disponíveis por
meio da rede de relacionamentos, como laços sociais e relações de
confiança, facilita as ações dos indivíduos inseridos nesse contexto,
proporcionando o fluxo de conhecimento que pode promover a
inovação. As organizações que estão no contexto de alta tecnologia,
portanto, um ambiente de alta competividade e de rápida inovação,
possuem um espaço de interação complexo. Um exemplo desse tipo de
organização são as empresas de desenvolvimento de software, que, para
se tornarem bem-sucedidas, precisam de um modelo de gestão sensível à
interação de seus atores na rede. Nesse sentido, nesta pesquisa, o
objetivo é compreender a influência dos atores que compõem a rede
social organizacional, no fluxo de conhecimento que possibilita à
organização inovar, em uma empresa de desenvolvimento de software.
Para alcançar o objetivo proposto, utilizou-se a metodologia qualitativa
de cunho interpretativista, tendo como método a análise de redes sociais
com foco em capital social e sistemas adaptativos complexos. Os
resultados demonstram que essa organização de base tecnológica de
desenvolvimento de software possui uma ecologia social complexa, na
qual é possível verificar funções distintas dos atores que interagem, já
que: os atores que aprendem, notadamente são conhecidos como
especialistas periféricos definidos na teoria da análise de redes sociais;
os atores que organizam, são os conectores centrais; e os atores que
realizam, são os corretores de informação. Em função de uma lacuna
conceitual, percebeu-se a necessidade de construir as definições de
elementos que compõem o contexto e a função de alguns atores
estratégicos (pessoas que aprendem, pessoas que organizam e pessoas
que realizam) sob o ponto de vista do capital social, pela diversidade de
atores no meio, associou-se ao conceito de ecologia social. Devido a
essas observações, propõe-se uma releitura da teoria do capital social,
incluindo a função dos atores na rede, sendo esta a contribuição
conceitual deste trabalho, que, com certeza, servirá de incentivo para
pesquisas futuras.
Download: Jose Gilberto Formanski
FORMANSKI, José Gilberto. A ESTRUTURA DA REDE SOCIAL ORGANIZACIONAL E SUA INFLUÊNCIA NO FLUXO DE CONHECIMENTO INOVADOR. Tese, 2018.
AMARAL, Layse Ventura Coutinho. A CRISE DOS JORNAIS IMPRESSOS E O CAPITAL SOCIAL: DIÁLOGOS PELA PERSPECTIVA DA COMPLEXIDADE. Dissertação, 2017.
As transformações observadas nos jornais impressos têm consequências para a sociedade. Embora as pesquisas na área de Jornalismo tenham se dedicado a investigar aspectos econômicos e tecnológicos dessas mudanças, estudos no campo de Capital Social apontaram que as consequências podem se manifestar para além dessas duas dimensões. Por isso, esta dissertação teve como objetivo analisar como a crise dos jornais impressos se relacionava com o capital social. Neste trabalho, utilizou-se o paradigma da complexidade. Portanto, a metodologia foi estabelecida pela religação dos saberes, pelo pensamento dialógico, pelo processo recursivo e pelo princípio hologramático. De forma complementar, a metodologia de pesquisa pode ser definida pela abordagem qualitativa, de resultado teórico, objetivo geral exploratório e delineamento de pesquisa bibliográfica. A coleta de dados foi feita por meio de revisão de literatura sistemática integrativa e entrevistas em profundidade com seis especialistas. Já para a análise dos relatos utilizou-se o método de comparação constante. As entrevistas evidenciaram três eixos principais de transformações. Primeiro, as mudanças no produto decorrentes de pressões econômicas, tecnológicas e ideológicas. Essas pressões foram percebidas quanto à queda de receita publicitária, a competição pela notícia imediata com a internet e as alterações nos ideais profissionais. Segundo, as relações com o Estado marcadas pela interdependência entre os dois atores. Por um lado, o Estado se tornou o principal anunciante em muitas publicações. Por outro, o jornal assumiu um papel de mediação que pode tanto promover o capital social quanto controlar o fluxo de informações. Terceiro, as relações de comunicação tradicionais com os leitores podem se tornar mais horizontais, baseadas na mútua influência. Essas transformações pressionam o jornal a ocupar um novo espaço informativo. Para o jornal, esse lugar deverá ser marcado pela análise e curadoria de informações. Para o jornalista, poderá significar maiores especialização e cultura. Para o leitor, poderá se traduzir em maior poder de voz. Como o consumo de jornal foi ligado aos indicadores associados ao capital social, a proposta da formação de comunidades de informação – estruturadas em redes horizontais entre o jornal e os leitores – surge como alternativa para fomentar a cooperação e evitar que a ligação positiva já estabelecida com o capital social seja perdida.
Download do link: Layse Ventura
CISNE, Caroline Santos de. Competitividade sistêmica: conhecimento como fator de produção de capital social para o desenvolvimento local. Dissertação, 2015.
O presente trabalho buscou executar uma análise sobre o município de Maringá no estado do Paraná, a partir da metodologia da competitividade sistêmica, de modo a evidenciar as vertentes e os elementos geradores do desenvolvimento local, tendo em vista o conhecimento como fator de produção de capital social. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema, que envolve os construtos de capital social, competitividade sistêmica, desenvolvimento local sustentável, conhecimento como fator de produção, inteligência territorial e empreendedorismo. Além do referencial teórico, a pesquisa apresenta a metodologia utilizada, sendo que o estudo possui natureza exploratória, procurando também, realizar certo nível de comparabilidade entre o capital social formado e o desenvolvimento local sustentável, combinando conceitos teóricos com um Estudo de Campo, que se caracteriza pelo aprofundamento de uma determinada realidade. Assim, o estudo visou a compreensão sobre como o conhecimento existente em um determinado território, sendo este o Município de Maringá, pode ser estruturado em capital social para alavancar o desenvolvimento local. Para identificar a formação do capital social no desenvolvimento local e para compreender como o capital social pode promover o desenvolvimento local o estudo focou nas iniciativas empreendedoras inovadoras intensivas em conhecimento encontradas em Maringá. De acordo com a análise realizada foi possível perceber que a região possui iniciativas que auxiliam na promoção da inovação e do desenvolvimento local, porém ainda necessita amadurecer na utilização dos conhecimentos existentes estruturados em capital social. Por fim apresentam-se sugestões para trabalhos futuros.
Link para download: Caroline Santos de Cisne
SILVA, Deborah Bernett Leal da. Indicadores para Avaliação da Influência dos Ambientes de Empreendedorismo Inovador na Geração de Capital Social. Tese, 2015.
O presente trabalho constituiu-se da concepção, elaboração e aplicação
de um conjunto de indicadores para avaliação da influência dos
ambientes de empreendedorismo inovador na geração de capital social.
O estudo avança no pensamento de que o capital social responde, de
maneira apropriada, às questões de desenvolvimento regional,
originando um consenso em relação a dois grandes grupos de capital
social: o grupo dos fatores tangíveis e o dos fatores intangíveis. O
primeiro diz respeito ao capital financeiro e físico, e o segundo, ao
capital social. Entre os fatores que definem o capital social estão as
relações, a sensação de pertence, a coesão e os laços de confiança.
Compreende-se ambientes de empreendedorismo inovador como o
conjunto de relações que unem um sistema local de produção, um
sistema de atores de representações locais empreendedoras, com base na
cultura da inovação, e que geram um processo dinâmico localizado e
territorial de aprendizagem coletiva e cooperação. Essas redes de
cooperação fortelecem o sentimento de pertence, coesão social, e muitas
vezes de confiança, consistindo em uma verdadeira engenharia social,
característica da sociedade do conhecimento para enfrentar desafios de
competitividade. No entanto, medir e avaliar essas variáveis não é tarefa
fácil, requer instrumentos capazes de responder a questões subjetivas
apoiadas em contextos distintos, problemática tratada na tese. Nesse
sentido, o estudo desenvolveu indicadores capazes de medir e avaliar a
influência desses ambientes na geração de capital social, como um
contraponto fundamental da sociedade do conhecimento às sociedades
tradicionais. Para isso, a pesquisa foi de natureza científica, modalidade
exploratória, e tratou de amostras intencionais com abordagem
qualitativa, representada por um estudo de caso de significância. O
estudo foi estruturado em dimensões de análise, as quais se organizaram
em duas fases: a primeira referiu-se à construção dos indicadores e
validação dos materiais e instrumentos de coleta de dados, e a segunda,
ao aprofundamento da pesquisa por meio da aplicação dos indicadores,
de modo a se obter as evidências necessárias para atingir os objetivos
propostos. Para a primeira fase foram escolhidos ambientes formados por
componentes similares e com inter-relação em seus elementos, para a
construção dos indicadores. Na segunda fase aprofundou-se a pesquisa,
partindo-se para a coleta de dados secundários, num estudo de caso
propício. Observou-se que o estudo teve limitações de generalidades,
mas não de aprofundamento, pois refletiu um cenário de análise com
resultados consistentes sobre os indicadores desenvolvidos. Para
concluir, pode-se destacar os resultados do trabalho e sua relevância
quanto ao principal objetivo – desenvolver um conjunto de indicadores
da influência de ambientes de empreendedorismo inovador na geração
do capital social, capazes de medir e avaliar tal influência. Por fim, o
estudo avançou no sentido da temática proposta e seus benefícios
potenciais para o desenvolvimento regional na direção da sociedade do
conhecimento.
Link para download: Deborah Bernett
BERNETT, Deborah. A formação do capital social baseada em organizações intensivas em conhecimento como fator de desenvolvimento local sustentável: Estudo de Caso de uma Associação de Empresas de Tecnologia. Dissertação, 2010.
Apoiados em estudos interdiscipl inares e pesquisas exploratór ias quali-quantitativas, o objetivo do presente trabalho é explorar a problemática da formação do capital social baseada em organizações intensivas em conhecimento como fator de desenvolvimento local sustentável. Sabe-se que o capital social vem recebendo maior atenção por parte da literatura sobre o desenvolvimento em diversas áreas. No que se refere ao tema, o capital social assume um papel relevante para situações onde a cooperação e o consenso entre os atores sociais seja um fator capaz de respostas sustentáveis para a sociedade. O trabalho apresenta uma revisão teórica de literatura, ressaltando o capital social, as redes sociais, as organizações intensivas em conhecimento e suas dimensões constitutivas de análises dos ativos intangíveis, relacionadas com o desenvolvimento local sustentável. Apresenta-se um estudo de caso, utilizando-se indicadores de capital social para compreender questões de desenvolvimento local sustentável gerado por um agente conector entre as organizações intensivas em conhecimento e a sociedade. Mais além, se essa relação é capaz de respostas sustentáveis para a sociedade. Por fim, verifica-se o processo, observando componentes efetivos de capital social formado pelas organizações intensivas em conhecimento relacionadas com o desenvolvimento local sustentável, considera-se o cenário atual e recomendam-se trabalhos futuros.
Link para download: Deborah Bernett