A modalidade de comunicação visuoespacial é uma característica que marca a construção da cultura do surdo. Porém, por um longo período da história, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi desvalorizada e forçadamente excluída dos espaços sociais. Em consequência do processo histórico, hoje é comum identificar conceitos de áreas de especialidade que não possuam terminologia específica em Libras. A inexistência de signos incide diretamente sobre o acesso ao conhecimento de forma mais natural ao surdo. Neste sentido, quando se aborda o domínio da terminologia, dois problemas devem ser tratados: (1) a baixa disseminação dos registros da língua; e (2) a dificuldade de interação entre as diferentes comunidades do país, o que tem implicado em criações difusas de sinais ou mesmo compreensões equivocadas sobre conceitos. Ante as constatações, esta tese teve em vista a proposição de um framework conceitual para Comunidades de Prática Virtuais visando a apoiar a ampliação do repertório terminológico da Língua de Sinais. Para tanto, a pesquisa buscou promover um diálogo entre a Teoria de Comunidades de Prática, ao considerar o aspecto social da aprendizagem e construção do conhecimento; a Teoria da Cognição Distribuída ao considerar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação para fomentar a distribuição dos processos cognitivos entre pessoas e artefatos; o domínio da Terminologia por envolver o desenvolvimento de neologismos para designar conhecimentos e a Língua de Sinais enquanto modalidade de comunicação e língua de desenvolvimento dos neologismos. Além das pesquisas sobre o referencial teórico, foi realizado um estudo etnográfico em uma de uma comunidade de prática atuante na produção de neologismos terminológicos em Língua de Sinais, sendo este estudo analisado de utilizando a Teoria da Cognição Distribuída. A análise do estudo culminou na proposta do framework conceitual Términus, o qual foi utilizado como referência para a implementação de um protótipo funcional nomeado como MooBi. As avaliações da proposta validaram a aplicabilidade do framework ao problema identificado.
Link para download: Daniela Saito