A crescente discussão sobre as competências permeia por várias vertentes de pesquisas. As competências profissionais, a gestão por competências, a relevância das competências individuais para o sucesso, colaboração e cooperação organizacional, bem como o mapeamento e a modelagem das competências são temas latentes nos vários tipos de organizações. No contexto universitário, as competências docentes vêm ganhando destaque, principalmente nas circunstâncias de uma pandemia. Os docentes precisaram se reinventar para dar conta das demandas de suas aulas remotas, apontando para reflexões sobre o papel do docente, as mudanças nas práticas de sala de aula, que estão, por vezes, enraizadas no modelo do ensino tradicional. Frente a esse cenário, o objetivo desta tese é propor um modelo para diagnosticar as referentes competências docentes para atuar em universidades inovadoras brasileiras públicas (UIBPs). As universidades selecionadas pertencem ao Ranking Universitário Folha (2019) no quesito inovação. Quanto à abordagem trata-se de uma pesquisa qualitativa. O procedimento adotado seguiu os critérios da pesquisa de campo e bibliográfica, delimitados pela área da ciência teórica e prática. Em relação aos procedimentos é uma pesquisa de natureza exploratória, descritiva e propositiva. Trabalhou-se com uma busca bibliográfica por meio da revisão integrativa. Usou-se a técnica painel Delphi para categorizar e classificar as competências apontadas pela literatura. Após essa categorização, houve o ranqueamento, com a identificação de quais competências eram mais importantes em cada categoria apontada pelo painel Delphi. Ambas as metodologias foram aplicadas com especialistas envolvidos, de forma direta ou indireta, com docentes e com inovação, sendo especialistas distintos em cada etapa. O modelo é composto por 60 proposições elaboradas dentro do cotidiano acadêmico, que foram criadas a partir das competências ranqueadas pelos especialistas. O modelo depois de submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH), está pronto para ser aplicado aos docentes das UIBPs. Com a devolutiva de 227 questionários, realizaram-se as análises qualitativa e quantitativa. Como resultado, o modelo diagnosticou que as competências docentes apontadas como fracas são: comunicação não verbal (18,5%); trabalho em rede (17,6%); protagonismo digital (17,2%); criatividade (12,3%); facilitador (11,9%); suporte social (11,9%) e uso de tecnologias digitais (11%). Com o percentual das proposições apontadas como frágeis pelos docentes, tem-se o ponto de partida para que o gestor acadêmico possa direcionar suas capacitações docentes. O modelo tem a vantagem de poder ser aplicado tanto no âmbito individual quanto no coletivo. O diagnóstico das competências docentes para atuar em UIBPs facilita o atingimento das metas e das estratégias institucionais, bem como aproxima e promove o investimento nos talentos docentes da organização. As instituições que estiverem atentas à valorização do seu capital humano docente, consequentemente, alcançarão resultados diferenciados. Entende-se que os resultados desta pesquisa trazem, portanto, contribuições relevantes para o cenário do ensino superior, principalmente para os gestores acadêmicos, no âmbito nacional. Com isso, contribui para o avanço da ciência na área da gestão do conhecimento, expandindo o horizonte de novas demandas teóricas e práticas no que tange às competências docentes, fazendo frente às novas necessidades do capital humano docente na universidade inovadora.
Palavras-chave: Sociedade do conhecimento. Capital humano. Competências docentes. Modelo. Universidades inovadoras brasileiras públicas.
Link para download: Rejane Costa.