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Souza da Rosa, Natana. Diretrizes para o desenvolvimento de aplicações mobile no ensino de Geometria para surdos

Na atual sociedade do conhecimento, o acesso à informação e ao conhecimento tem influenciado em muitos aspectos o modo de vida das pessoas. Contudo, quando relacionadas ao âmbito educacional, tais mudanças ainda avançam de forma gradativa, mesmo levando em consideração os benefícios que as tecnologias digitais proporcionam a favor do aprendizado. Assim, levando em conta as inúmeras dificuldades encontradas no estudo da Matemática, tais recursos podem ser um importante aliado neste processo de aprendizagem. Deste modo, ao se preocupar e pensar em soluções que busquem contribuir para o processo de aprendizagem, não se pode deixar de lado o viés da educação inclusiva, englobando incluindo deste modo, o surdo. Dentro do cenário das atuais tecnologias, estão os aplicativos móveis, também denominados apps. Neste sentido, devido às lacunas existentes em relação às mídias digitais inclusivas e às dificuldades encontradas no processo de ensino e aprendizagem no campo da Matemática, este estudo busca encontrar soluções para o desenvolvimento de aplicativos móveis que sejam acessíveis ao público surdo, com foco na aprendizagem da Geometria Espacial. Para tanto, este trabalho tem como finalidade o cumprimento de alguns objetivos, como a estruturação do conteúdo relacionado aos conceitos da Geometria Espacial, a realização da modelagem e do desenvolvimento do artefato, sua testagem com estudantes surdos da Educação Básica, além da proposição de um conjunto de diretrizes para desenvolvimento de aplicativos móveis acessíveis ao público surdo, voltado à Geometria Espacial. Sobre a fase relacionada à coleta e análise dos dados, esta segue seis principais etapas, sendo elas: a realização da modelagem e desenvolvimento do artefato; contato com as escolas e com os alunos; aplicação do questionário “perfil dos estudantes”; acesso e leitura do protótipo pelos alunos; aplicação da pesquisa, utilizando um roteiro de perguntas; e, por fim, a análise dos dados e apresentação das diretrizes. O artefato foi desenvolvido de modo a fornecer ao longo do processo de aprendizagem as bases conceituais para a compreensão do tema envolvendo a Geometria Espacial. Por meio da utilização do artefato por parte dos alunos surdos e da etapa relacionada à coleta dos dados, diversos aspectos relacionados à interface, à linguagem e ao processo da aprendizagem do sujeito surdo puderam ser analisados. Assim, a elaboração deste conjunto de diretrizes voltadas ao desenvolvimento de aplicações móveis, traz contribuições tanto no que diz respeito ao processo de aquisição do conhecimento dos alunos surdos, quanto em relação aos aspectos associados à acessibilidade digital.

 

Palavras-chave: Surdo; Aplicativos móveis; Geometria; Acessibilidade

 

Link: TESE Natana Souza da Rosa versão final (1)

Barreto Klein, Vinícius. Um meta-modelo para formulação de estratégias de transformação digital para PMEs: uma abordagem baseada em gestão do conhecimento

A Transformação Digital (TD) expõe a falta de conhecimento em diversas organizações para lidar com este novo paradigma. A intensificação do uso das tecnologias digitais mais recentes tem disparado alterações profundas em todos os setores da sociedade e gerado, consequentemente, implicações para as organizações e seus diferentes elementos organizacionais. Dentre as organizações inseridas neste desafio, as pequenas e médias empresas (PME), de suma importância para o bem-estar social e a empregabilidade, possuem uma maior distância a percorrer no caminho para transformarem-se digitalmente. Suas limitações específicas, como a escassez de recursos e a falta de conhecimento para lidar com a TD acentuam sua vulnerabilidade a alterações tão significativas em seu meio. Isso implica a necessidade de saber projetar e implementar um processo de TD mais efetivo, que use melhor seus escassos recursos e que os potencialize por meio das tecnologias digitais. Portanto, fundamentando-se na visão baseada no conhecimento como principal recurso organizacional, no sistemismo de Bunge, na resiliência organizacional e nos estudos sobre TD, a seguinte questão de pesquisa foi investigada nesta tese: como apoiar as PMEs a enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades trazidas pela transformação digital? Assim, sob uma visão sistêmica da TD nas organizações, foi proposto um meta-modelo, que foca no nível estratégico, mediante a adequação de modelos de negócio em ciclos de adaptação e resposta às novas demandas externas. Como elementos basilares, utilizou-se o método Cesm, o Canvas Business Model e mecanismos de resiliência organizacional, articulados à espiral Seci. Como abordagem metodológica para criar o meta-modelo, foram utilizadas revisões sistemáticas de artigos científicos, estudos de caso e relatórios empresariais, combinadas com o Design Science Research Process (DSRP). Trata-se, portanto, de uma pesquisa tecnológica e pragmática, cujo objetivo foi propor um artefato funcional, relevante e com potencial prático. Os procedimentos adotados envolveram etapas iterativas e colaborativas de revisão conceitual e refinamento do meta-modelo construído, que foi submetido a revisão conceitual por meio da submissão de artigos e pela análise de dois especialistas de domínio em TD. Como resultado, o artefato foca no nível estratégico das organizações, recomendando fases, etapas e amostras de materiais de apoio (exemplos de ferramentas). Foi realizada uma análise de consistência e de viabilidade por parte de uma amostra de PMEs, que avaliaram qualitativa e positivamente o artefato. Como delimitações, destaca-se que o meta-modelo não aborda elementos inerentes aos níveis tático e operacional. Como limitações, aponta-se que amostras maiores e mais diversificadas podem ser utilizadas futuramente. Suas implicações práticas são orientar as PMEs, indicando por onde e como iniciar a TD, recorrendo a fases e etapas para guiar esta transformação. Sua estrutura não inicia na rápida adoção tecnológica, mas na elaboração de uma estratégia efetiva, centralizada no usuário, a partir de um olhar externo e sistêmico, incrementando gradativamente o conhecimento necessário para TD por meio da transformação nos elementos ‘pessoas’, ‘processos’ e ‘tecnologias’. Como trabalhos futuros, recomenda-se sua instanciação em variados setores e organizações de diferentes portes, bem como o uso de diferentes ferramentas, de modo a agregar ao meta-modelo proposto.

 

Palavras-chave: Transformação Digital. Meta-modelo. Estratégias para implantação de Transformação Digital. Resiliência organizacional. Engenharia e Gestão do Conhecimento. PMEs.

 

Link: TeseViniBKlein-RevisadaABNT v21 – FINAL PDFA1b

de Lima, Cláudio. REDES COLABORATIVAS COMO DINÂMICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: UM MODELO PARA AVALIAR O POTENCIAL DE COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTO

As instituições de educação superior precisam compartilhar seus resultados de
pesquisa para a sociedade. Além disso, é necessário que elas avaliem seus
resultados de internacionalização, que têm nas redes colaborativas de pesquisa um
dos principais fatores que impactam positivamente. Essas redes produzem ativos
digitais, em coautorias internacionais, que não têm sido adequadamente registrados,
sistematizados ou mesmo compartilhados em benefício do desenvolvimento
socioeconômico. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa foi propor um modelo
de avaliação do potencial de compartilhamento de conhecimento produzido em
coautorias internacionais na forma de ativos digitais. Trata-se de uma pesquisa
tecnológica amparada na abordagem metodológica da Design Science Research.
Para a determinação do potencial de cada ativo digital, foram utilizadas fontes de
informação externas, visando auxiliar na geração de índices que indiquem o
potencial de compartilhamento de conhecimento. Indicadores altmétricos foram
considerados na geração desses índices. A representação do domínio ocorreu por
meio de uma ontologia. Nas tarefas de mineração de texto, o modelo Word
Embedding foi utilizado. A partir de matriz de similaridade, um grafo foi gerado e a
análise de rede social aplicada, para detectar agrupamentos, calcular indicadores de
centralidade e explicitar o conhecimento. Como resultado, foi criado o Modelo de
Avaliação do Potencial de Compartilhamento de Conhecimento (MAP2C). Para as
etapas de demonstração e avaliação do modelo, foi desenvolvido um protótipo,
aplicado em dois cenários de estudo. O primeiro foi composto por ativos produzidos
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no contexto do Programa
Capes-PrInt. O segundo envolveu ativos da área de Ciências Ambientais,
produzidos pela UFSC. Para avaliar a efetividade do protótipo, o Tau de Kendall foi
utilizado para analisar a concordância entre rankings. Um deles foi obtido de
avaliações por especialistas, enquanto os demais foram calculados pelo protótipo
com diferentes configurações. Em grande parte das comparações, foi possível
observar um resultado estatisticamente significativo e confiável. Na análise da
aplicabilidade do modelo, escalas em quantis foram criadas para os cenários, como
um termômetro, para medir o potencial de disseminação de conhecimento dos ativos
digitais. Com os resultados obtidos, pode-se afirmar que o modelo permite avaliar o
potencial de compartilhamento de conhecimento dos ativos digitais produzidos com
colaboração internacional. Os recursos gerados pelo modelo podem auxiliar
gestores na tomada de decisão, na divulgação de resultados de pesquisa para a
sociedade, na indicação de instituição mais qualificada para formação de futura rede
e no direcionamento das oportunidades dentro da instituição, tais como projetos e
oportunidades no exterior. No primeiro cenário, foi possível identificar redes
consolidadas com a Espanha, na área de Sustentabilidade Ambiental. Em
agrupamento com grande potencial, foi possível observar predomínio de
colaborações de países anglo-saxônicos, na área da Saúde Humana. No segundo
cenário, foi possível observar redes consolidadas com universidades portuguesas,
enquanto, na escala em quantis, foi possível observar a evolução do índice de
disseminação de conhecimento dos ativos digitais publicados entre 2016 e 2021.

Link: Tese_Claudio_Final

Landim Quinaud. Adriana. Uso da Rede Social Organizacional e suas affordances como estratégia de comunicação interna para potencializar a construção da Memória Organizacional

Na sociedade-rede-líquida a internet torna-se o meio universal da comunicação interativa, as experiências passadas se tornam irrelevantes e nada pode reivindicar a condição de perenidade. Essa realidade impacta diretamente as organizações que devido às inovações tecnológicas e suas implicações enfatizam o poder da comunicação. A pandemia da Covid-19 trouxe novos desafios que exigem das organizações a utilização dos ativos digitais em abordagens eficazes. Dados da pesquisa Desafios da COVID-19 para a Comunicação Organizacional da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (2020) revelaram que a comunicação interna foi a mais afetada, sendo o seu maior desafio manter os funcionários engajados e produtivos. Nesse contexto, de home office, sistemas híbridos de trabalho, excesso informacional e desinformação, a comunicação interna acontece em rede e virtualmente, sendo necessário repensar em novas formas de construção da Memória Organizacional (MO). Este estudo tem como objetivo propor um Modelo Conceitual inter-relacionando o uso da Rede Social Organizacional (RSO), por meio de suas affordances, como estratégia de comunicação interna para potencializar a construção da MO. A RSO permite a visibilidade da comunicação e a MO propiciada por ela apresenta um novo formato: dinâmico; atual; individual, de grupos e coletivo; em rede; virtual; interativo e conectivo. Como uma tecnologia social, muito se fala da RSO como uma plataforma para otimizar a comunicação, possibilitar o compartilhamento, facilitar a colaboração e promover uma socialização informal. A abordagem utilizada para relacionar esses dois construtos, RSO e MO, é a Teoria das Affordances que enfatiza as possibilidades de ação, seja permitir ou restringir. Ela tem sido utilizada para explicar os usos de uma mesma tecnologia nas dinâmicas de comunicação e de trabalho. O percurso investigativo é composto por uma Pesquisa Teórica, por meio da Revisão Integrativa da Literatura, a fim de obter o contexto amplo sobre esses três construtos. Como resultado dessa etapa, foram elaborados oito pressupostos teóricos e um Modelo Conceitual que oferecem subsídios para a compreensão da interligação proposta. Ao analisar os processos infocomunicacionais que acontecem por meio da RSO, constatou-se que os usos de suas funcionalidades permitem emergir suas affordances (visibilidade, persistência, editabilidade e associação) que possibilitam obter como resultados, distintos tipos de MO (comunicativa, cultural, política e sensorial) e efetivar diferentes funções (apoio a tomada de decisão e eficácia da comunicação interna; integração e consistência da identidade coletiva; compartilhamento, reservatório e conhecimento situacional interno, e controle e institucionalização de experiências e práticas). Para verificar se os pressupostos e do Modelo Conceitual foram formulados corretamente foi realizada a etapa de Pesquisa de Campo com a aplicação de survey com usuários de uma rede social interna da Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UniPRF), a PRF Online. Os resultados confirmam as propostas desta tese que entre suas principais contribuições teóricas está a interligação entre os três construtos analisados e como implicações práticas enriquecer a compreensão sobre o uso da RSO como estratégia de comunicação interna. Espera-se, ir além da visão simplista de mera ferramenta ou suporte tecnológico, mas como medium-ambiência capaz de possibilitar a construção da Memória Organizacional.

 

Palavras-chave: Rede Social Organizacional. Affordances. Estratégia de Comunicação Interna. Memória Organizacional.

Link: Tese_Adriana_Landim_Quinaud

Jader Trierveiler, Heron. FRAMEWORK PARA ANÁLISE DE ADERÊNCIA DE INICIATIVAS DE TRASFORMAÇÃO DIGITAL À RESILIÊNCIA ORGANIZACIONAL

A transformação digital é uma realidade e sua evolução será significativa nos próximos anos. Na indústria, para além dos ganhos em eficiência operacional proporcionados pelas tecnologias inteligentes, são esperadas repercussões sobre design e organização do trabalho, segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores. Apesar de ser consenso que as organizações se beneficiam quando consideram fatores humanos no design do trabalho e de seus artefatos, a pesquisa acadêmica recente evidenciou a importância de se buscar a compreensão da complexidade dos sistemas sociotécnicos em iniciativas de transformação digital, combinando perspectivas organizacionais, tecnológicas e humanas. Este trabalho busca preencher esta lacuna ao conjugar as áreas de fatores humanos e engenharia de resiliência com as iniciativas de transformação digital na Indústria 4.0, evidenciando os reflexos sobre segurança operacional e saúde ocupacional. Para tal, desafia-se a conceber métodos e instrumentos para analisar a aderência das iniciativas de transformação digital a princípios de fatores humanos e às capacidades de resiliência organizacional. Um framework baseado em constructos, categorias de análise e variáveis é proposto, combinando as técnicas Escala de Análise de Resiliência (AHP) e Análise Hierárquica de Processos (AHP). A pertinência, aplicabilidade e abrangência deste framework são avaliadas em uma experimentação junto a um consórcio de empresas críticas em segurança que atuam no setor de óleo e gás. Os resultados obtidos evidenciam o potencial do framework para, de forma abrangente, quantificar o nível de aderência das iniciativas de transformação digital a princípios de fatores humanos e à resiliência organizacional. De forma específica, permite observar esta mesma aderência em relação a categorias de análise, como automação digital e cibersegurança, e até em relação a variáveis individuais. Com esses dados, espera-se que profissionais atuantes principalmente em organizações críticas em segurança, como a aviação civil e a indústria de óleo e gás, aprimorem iniciativas de transformação digital com vistas ao aumento de sua aderência a princípios de fatores humanos e à resiliência organizacional, influenciando positivamente aspectos relativos a segurança operacional e saúde ocupacional.

 

Palavras-chave: Transformação Digital. Indústria 4.0. Fabricação Inteligente. Resiliência. Segurança. Fatores Humanos. Sistemas Sociotécnicos. Organizações Críticas em Segurança. Óleo e Gás.

Tese: Heron J Trierveiler – Framework para análise de aderência de iniciativas de TD à resiliência organizacional

Zilli, Júlio Cesar Farias. Framework para a Governança Multinível do Sistema Portuário Brasileiro em direção ao Porto Inteligente

O sistema portuário é um dos principais elos na cadeia logística, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico das regiões nas quais está inserido. No caso brasileiro, com dimensões continentais, o setor portuário é amparado por um marco legal e institucional que direciona o modelo de exploração. Dada a sua complexidade e pelas múltiplas relações com stakeholders, verifica-se que o setor está imerso em desafios e deficiências. Para atender a demanda de governar múltiplos interesses, a literatura acadêmica sugere o modelo de Governança Multinível, mas não estabelece um framework à luz das diretrizes multiníveis para a implantação de um porto inteligente, considerando sistemas resilientes, eficácia e um nível de cooperação e participação dos stakeholders em plataformas tecnológicas. Nesse contexto, surge a questão “Como governar o sistema portuário brasileiro considerando a complexidade das relações entre os múltiplos stakeholders logísticos portuários, a fim de respeitar diretrizes multiníveis em direção ao porto inteligente?”. Para responder esta questão, definiu-se o objetivo “Propor um framework para a Governança Multinível do sistema portuário brasileiro em direção ao porto inteligente.” Foi realizada uma pesquisa teórica e aplicada com abordagem qualitativa, inserida no paradigma interpretativista, de objetivo propositivo, mediante análise bibliográfica e documental com etapas exploratória, descritiva e propositiva. Como técnica de pesquisa bibliográfica realizou-se a revisão narrativa e revisão integrativa da literatura. A primeira analisou o panorama das publicações sobre stakeholders logísticos portuários; estrutura portuária, métodos de classificação dos portos; modelos de titularidade, gestão e relações público-privado; modelos de governança e as experiências internacionais de governança portuária. A revisão integrativa realizou uma análise dos Modelos Conceituais de Governança Portuária, com busca realizada em base de dados eletrônica, internacional e interdisciplinar, acrescida de resultados da BDTD. A pesquisa documental compreendeu a estrutura e a evolução do marco legal institucional do sistema portuário brasileiro, contemplando a administração, planejamento, poder concedente, regulação, fiscalização e seus conflitos e diálogos necessários. Na etapa descritiva, foram descritos e inter-relacionados os elementos constitutivos da Governança Multinível e da Governança Portuária. Após a verificação prévia e interna de consistência dos elementos constitutivos e de suas inter-relações, originou-se o framework. Para a validação da proposta, foram realizadas duas etapas de verificação externa de consistência. A primeira contou com a participação de especialista não acadêmico, servidor público do setor, com experiência em múltiplos níveis de governança do sistema portuário brasileiro.  Em seguida foram entrevistados especialistas acadêmicos vinculados a um laboratório de transporte e logística e outro especialista não acadêmico, gestor de um dos maiores portos brasileiros, resultando na versão final do framework proposto para o cenário brasileiro e uma versão genérica para utilização em outro cenário similar. Os resultados desta pesquisa contribuem para o avanço da ciência a partir do próprio framework proposto e das análises dos modelos conceituais, nacionais e internacionais sobre governança portuária e da consolidação da análise histórica do marco legal que ampara o sistema portuário brasileiro. O framework e as diretrizes propostas contribuirão para o desenvolvimento e implantação de políticas públicas para a Governança Multinível do sistema portuário brasileiro em direção ao porto inteligente.

Palavras-chave: Sistema Portuário. Governança. Governança Portuária. Governança Multinível. Porto Inteligente.

Link: JULIO CESAR ZILLI – TESE ASSINADA

Lapolli, Paulo Cesar. ESTRATÉGIAS PARA A CONCEPÇÃO DE COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS À LUZ DO SISTEMISMO NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA 4.0

Foram necessários 70 anos para que uma nova Revolução Industrial acontecesse. A Terceira Revolução Industrial, iniciada após a Segunda Guerra Mundial, propiciou a utilização de novas tecnologias, contribuindo para que as organizações se tornassem mais competitivas. Esse cenário consolidou as tecnologias como um recurso fundamental e estratégico para as organizações. A evolução tecnológica continuou avançando, obtendo o reconhecimento por parte dos governos, da sociedade e das indústrias, culminando em um novo paradigma – a Indústria 4.0. A utilização dessas novas tecnologias, em larga escala, está permitindo às organizações promover um ambiente quase impossível de se imaginar há alguns anos. A internet das coisas, o big data e os sistemas ciberfísicos vêm permitindo as conexões M2H (machine to human) e M2M (machine to machine) em tempo real. Esse panorama disruptivo necessita de pessoas com novas competências a fim de garantir a adaptabilidade delas e das organizações. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo estabelecer estratégias para a concepção de competências essenciais no contexto da Indústria 4.0 à luz do sistemismo. Para tal, utilizou como procedimento metodológico uma abordagem qualitativa de cunho exploratório e descritivo. Dessa forma, a coleta de dados foi sustentada por uma revisão da literatura, pela aplicação do modelo adaptado de Lichtblau et al. (2015) para identificação do nível de maturidade das empresas para a Indústria 4.0 e pela aplicação do modelo CEI4.0 desenvolvido com base nos modelos de Javidan (1990) e Pacheco (2010),  o que deu o suporte para a criação das 40 estratégias de concepção de competências essenciais no contexto da Indústria 4.0, que foram submetidas à verificação e consolidação por cinco especialistas com expertise sobre o tema das competências. Do total de 40 estratégias verificadas pelos especialistas, realizadas as suas contribuições, foram consolidadas 39.

Palavras-chave: Indústria 4.0; competências essenciais; sistemismo.

Link: Estratégias para a concepção de competências essenciais à luz do sistemismo no contexto da indústria 4.0

CANTO, Cleunisse Aparecida Rauen De Luca. Framework conceitual de representação do conhecimento sobre o modelo de graduação dual.

A finalidade maior dos modelos de graduação dual é a integração organizacional, social e curricular dos estudos ao trabalho, resultando em aprendizado híbrido, com conhecimento baseado na experiência. Estes modelos combinam uma fase teórico-prática de aprendizado nas instituições de educação superior a uma fase prática desenvolvida dentro das empresas parceiras, com foco no desenvolvimento de problemas reais, promovendo a cooperação entre instituições acadêmicas e negócios. São modelos educacionais que partem da ideia de que o que os alunos aprendem começa na sala de aula, mas requer que estes conhecimentos sejam aplicados em um trabalho compatível aos seus objetivos educacionais. Além da Alemanha, países como Áustria, Dinamarca Finlândia, França, Holanda e Suíça são os que possuem o maior número de programas de formação dual implementados. Com base na literatura, o modelo dual tem grande aderência para o Brasil, já que existe no país um modelo consolidado de formação profissional por meio da Educação Profissional e Tecnológica, que é um tipo de modalidade que foca na educação para o mundo do trabalho, conforme preconiza a legislação vigente, com um amplo programa de extensão curricularizado que traz o viés social preconizado no modelo. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo propor um framework conceitual de representação do conhecimento sobre o modelo de graduação dual, à luz do modelo alemão de estudo dual. Para tanto, o percurso metodológico da pesquisa foi conduzido por meio do Design Science Research Methodology (DSRM), sendo a etapa de intervenção dividida em três fases, a saber: 1) foco na identificação de dimensões, categorias e indicadores que pudessem nortear a construção do framework conceitual, com a validação de especialistas de domínio; 2) foco na descoberta de conhecimento em texto, por meio da mineração dos textos, para identificação do corpus do estudo; e 3) consolidação dos conhecimentos a partir da identificação dos elementos constitutivos que compõe o framework conceitual. O modelo possui nove atividades chave subdivididas em categorias, que por sua vez conduzem a seleção dos indicadores norteadores das questões importantes, que foram acoplados em quatro distintas capacidades (definir, implantar, monitorar e aprimorar), com níveis crescentes de aplicabilidade. As questões foram validadas por um grupo experimental composto por cinco experts na construção de itens. Um instrumento de avaliação foi estruturado no Excel 365® e passou por aplicação piloto, sendo as categorias validadas pelos gestores da IES e da Empresa, que avaliaram a usabilidade do instrumento, a construção dos itens, a abordagem das questões e a organização das capacidades. Considerando-se a estrutura do framework conceitual e a síntese da representação dos conhecimentos sobre o modelo de graduação dual, correlacionados com o projeto piloto, concluísse que os elementos constitutivos resultantes da proposição do framework conceitual fornecem todo o suporte para IES e Empresa na implantação de cursos superiores de tecnologia, permitindo assim um olhar mais específico para as diferentes realidades vivenciadas pelos dois stakeholders.

Palavras-chave:Modelo dual. Graduação. Educação cooperativa. Prática integrada. Educação Profissional e Tecnológica.

Link: Tese_Cleunisse Rauen De Luca Canto – VF_ago_2022

Zandavalli, Carla. Aprendizagem Interorganizacional: a organização como aprendiz de uma rede, da extensão à internalização

Os desafios externos têm provocado as organizações a repensarem sobre suas formas de aprender, motivando-as a buscar novos conhecimentos além das suas fronteiras organizacionais. Nesse sentido, a procura por diferentes formas de relacionamentos interorganizacionais vem se apresentando como estratégia viável para o enfrentamento de mudanças constantes nesses ambientes. Essas relações podem ser estabelecidas por meio de redes interorganizacionais. As redes interorganizacionais são definidas como uma rede de laços complexos que pode servir como um canal por onde fluem informações, conhecimento e ideias, tornando-se uma arena para aprendizagem entre as organizações. A aprendizagem que ocorre por meio de redes interorganizacionais pode ser chamada de aprendizagem interorganizacional (AIO). a AIO é um processo, no qual uma organização a partir da interação e contato com as experiências de outras organizações adquire novos conhecimentos e habilidades que são incorporados em seus sistemas, estruturas e/ou rotinas organizacionais. Nesse processo de aprendizagem existem dinâmicas que ocorrem no ambiente organizacional e no ambiente interorganizacional (rede), pouco estudado  na literatura e que podem auxiliar no processo de gerenciamento da AIO interativa. Nesse sentido,  a presente pesquisa propõe-se a compreender como as dinâmicas de extensão, interação e internalização da aprendizagem interorganizacional ocorrem em organizações inseridas na mesma rede interorganizacional. Para isso, a pesquisa utiliza-se da abordagem qualitativa em um estudo de caso de uma rede interorganizacional. A coleta de dados ocorreu a partir de dez entrevistas semiestruturadas com os representantes institucionais (da organização), documentos (públicos e privados) e a observação do pesquisador em encontros da rede. Os dados foram analisados a partir da análise temática que resultou em um total de cinco temas, trinta e oito categorias e oitenta e quatro códigos dedutivos e indutivos. Os principais resultados da pesquisa sinalizam que as dinâmicas são interdependentes, ou seja, dependem da anterior para ocorrerem. A dinâmica de extensão traz o nível organizacional em voga e as ações que englobam a abertura e preparação para a organização participar da rede. A dinâmica de interação traz o nível interorganizacional (a rede), no qual as organizações interagem e compartilham conhecimentos. Por fim, a dinâmica de internalização, que se volta para o nível organizacional novamente, traz o desafio de absorver e realizar o processo de mudança para aplicar o novo conhecimento na organização-aprendiz. Entre as principais contribuições podem-se destacar: a compreensão do fluxo da AIO, desde uma informação ou conhecimento restrito a uma organização até o conhecimento novo aplicado em outra organização, que perpassam pelas três dinâmicas; as conexões entre os ambientes intra e inter, na perspectiva multinível; e os fatores e mecanismos que influenciam as dinâmicas da AIO. Essas contribuições auxiliam tanto na criação de redes para AIO como no aprimoramento de redes já existentes. Sugere-se como pesquisas futuras: comparar redes de aprendizagem a partir das dinâmicas de AIO apresentadas neste estudo; aprofundar estudos sobre a influência da capacidade absortiva, da organização-aprendiz, no processo de AIO; estudos que abranjam as questões relativas à explotação e exploração em processos de AIO e suas dinâmicas.

Palavras-chave: Aprendizagem interorganizacional. Dinâmicas da AIO. Fatores de influência Episódios de Aprendizagem..

Link: tese Carla Zandavalli

COSTA, Rejane. Modelo de Competências Docentes em Universidades Inovadoras Brasileiras Públicas. Tese, 2021.

A crescente discussão sobre as competências permeia por várias vertentes de pesquisas. As competências profissionais, a gestão por competências, a relevância das competências individuais para o sucesso, colaboração e cooperação organizacional, bem como o mapeamento e a modelagem das competências são temas latentes nos vários tipos de organizações. No contexto universitário, as competências docentes vêm ganhando destaque, principalmente nas circunstâncias de uma pandemia. Os docentes precisaram se reinventar para dar conta das demandas de suas aulas remotas, apontando para reflexões sobre o papel do docente, as mudanças nas práticas de sala de aula, que estão, por vezes, enraizadas no modelo do ensino tradicional. Frente a esse cenário, o objetivo desta tese é propor um modelo para diagnosticar as referentes competências docentes para atuar em universidades inovadoras brasileiras públicas (UIBPs). As universidades selecionadas pertencem ao Ranking Universitário Folha (2019) no quesito inovação. Quanto à abordagem trata-se de uma pesquisa qualitativa. O procedimento adotado seguiu os critérios da pesquisa de campo e bibliográfica, delimitados pela área da ciência teórica e prática. Em relação aos procedimentos é uma pesquisa de natureza exploratória, descritiva e propositiva. Trabalhou-se com uma busca bibliográfica por meio da revisão integrativa. Usou-se a técnica painel Delphi para categorizar e classificar as competências apontadas pela literatura. Após essa categorização, houve o ranqueamento, com a identificação de quais competências eram mais importantes em cada categoria apontada pelo painel Delphi. Ambas as metodologias foram aplicadas com especialistas envolvidos, de forma direta ou indireta, com docentes e com inovação, sendo especialistas distintos em cada etapa. O modelo é composto por 60 proposições elaboradas dentro do cotidiano acadêmico, que foram criadas a partir das competências ranqueadas pelos especialistas. O modelo depois de submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH), está pronto para ser aplicado aos docentes das UIBPs. Com a devolutiva de 227 questionários, realizaram-se as análises qualitativa e quantitativa. Como resultado, o modelo diagnosticou que as competências docentes apontadas como fracas são: comunicação não verbal (18,5%); trabalho em rede (17,6%); protagonismo digital (17,2%); criatividade (12,3%); facilitador (11,9%); suporte social (11,9%) e uso de tecnologias digitais (11%). Com o percentual das proposições apontadas como frágeis pelos docentes, tem-se o ponto de partida para que o gestor acadêmico possa direcionar suas capacitações docentes. O modelo tem a vantagem de poder ser aplicado tanto no âmbito individual quanto no coletivo. O diagnóstico das competências docentes para atuar em UIBPs facilita o atingimento das metas e das estratégias institucionais, bem como aproxima e promove o investimento nos talentos docentes da organização. As instituições que estiverem atentas à valorização do seu capital humano docente, consequentemente, alcançarão resultados diferenciados. Entende-se que os resultados desta pesquisa trazem, portanto, contribuições relevantes para o cenário do ensino superior, principalmente para os gestores acadêmicos, no âmbito nacional. Com isso, contribui para o avanço da ciência na área da gestão do conhecimento, expandindo o horizonte de novas demandas teóricas e práticas no que tange às competências docentes, fazendo frente às novas necessidades do capital humano docente na universidade inovadora.

Palavras-chave: Sociedade do conhecimento. Capital humano. Competências docentes. Modelo. Universidades inovadoras brasileiras públicas.

Link para download: Rejane Costa.